quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

Panorama Regional

O papo é jornalismo
Iniciei minha carreira como jornalista atuando na área cooperativista nas extintas cooperativas Coopramil, de Cambará, é Cofenorpa, de Jacarezinho. Por anos atuei paralelamente como repórter free-lance da Folha de Londrina e outras publicações, até que ingressei, em 1988, como correspondente desta mesma Folha, em Santo Antônio da Platina. Aprendi com o então diretor de sucursais, Alexandre Rocha, o velho Mineiro, que a lucratividade e sobrevivência de um jornal se medem pelo caderno de classificados. Ao longo de sua trajetória, o sucesso da Folha de Londrina, além de uma equipe de jornalistas primorosa, sempre foi seu caderno de classificados.

Crise geral
Comecei a ler jornal pela Folha de Londrina e Folha de São Paulo. Aprendi a amar a profissão, por esses dois veículos de comunicação. Continuo fiel à Folha de meu estado, mas estou impedido de ler a versão impressa do jornal paulista porque ele simplesmente não é mais vendido em banca em Santo Antônio da Platina. Mesmo assim, acompanho as edições pelo UOL. No entanto, é visível o peso da crise sobre a mídia impressa de forma geral.

Desmilinguido
Hoje pego a Folha de Londrina todas as manhãs e me deparo com um caderno de classificados de quatro páginas, parte delas ocupadas com propaganda da casa. Aos domingos, dia em que tradicionalmente se concentrava as milhares de ofertas nos classificados, sai editado, no máximo, seis páginas.

Gazetona
A Gazeta do Povo, tida como o maior jornal do Paraná, segue o mesmo destino. Mudou de formato e perdeu sua principal característica. Nem mesmo o suporte de uma RPC – Rede Paranaense de Comunicação consegue sustentar a pujança do passado.

Jornal de Londrina
Na terça-feira (8) o jornalista Claudio Osti, em seu blog na internet, anunciou, com pesar, que a mesma RPC planeja fechar o Jornal de Londrina, veículo impresso que adotou o mesmo formato da Gazetona (berliner).Segundo o jornalista, a decisão é dos acionistas do grupo e foi comunicada ao presidente do Sindicato dos Jornalistas da região de Londrina, Ayoub Hanna Ayoub, que esteve na redação do jornal para conversar com os profissionais do diário londrinense.

Esperança
Os diretores da RPC disseram ao sindicalista que talvez haja uma possibilidade de manter o jornal ativo, mas se isso ocorrer haverá cortes, muitos cortes de empregos.

De graça
O Jornal de Londrina nasceu em 1989, criado por um grupo de empresários que queriam ter uma nova alternativa de jornal impresso na cidade. O jornalista Délio César, além de fundador, foi o primeiro diretor de redação. Em 1999 o jornal foi comprado pelo grupo RPC. Em 2006 mudou o formato, de standard para berliner, e passou a ser entregue gratuitamente na cidade.

Jornalismo regional
Salvo erros de percurso como o jornal londrinense, desde meus tempos de Universidade Estadual de Londrina vejo falar que a sobrevivência do jornalismo impresso é ligada à identidade do veículo com sua região, a quem deve servir e priorizar. No entanto, nesses tempos de internet, o caminho é conjugar as duas mídias. Por exemplo, a Tribuna do Vale circula em cerca de 40 municípios com sua edição impressa, mas logo no início da noite já está disponível em seu site e no facebook. É um caminho sem volta...

Vexame internacional
Já vi de tudo no Congresso brasileiro, mas confesso que nunca imaginei presenciar ao vivo pela TV as cenas deprimentes produzidas pelos parlamentares na sessão do final de tarde e início da noite de terça-feira. Deputado bloqueando a passagem de colegas que se dirigiam às cabines de votação que escolheria a chapa responsável pela coordenação do processo de impeachment da presidente Dilma Roussef. Outros se estapeando num pugilato só visto em parlamentos de países do leste asiático. Pra não faltar cenas ainda mais vergonhosas, vimos um deputado dando uma cabeçada no rosto de outro parlamentar. Imagens que distribuídas por agências de notícias do mundo inteiro, cobrindo de vergonha a nação brasileira.


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