As consequências do voto
Acompanhando
de perto os fatos absurdos que estão ocorrendo em Abatiá podemos dimensionar as
consequências de um voto errado! Um município com quase 8 mil habitantes, um
dos solos mais ricos e férteis deste país, com um povo ordeiro e trabalhador, é
tomado de sobressalto quase todos os dias pela ação descontrolada de um
cidadão, ex-prefeito Jurandir Yamagami, marido da atual prefeita da cidade,
Maria de Lourdes Ferraz Yamagami (DEM), que reage às críticas e denúncias na
base das ameaças. Dona Lourdes é a pessoa que menos deve ser responsabilizada.
Era uma pacata dona de casa, mãe e avó, de repente guindada à condição de
prefeita, por obra de seu marido, que impedido de ser candidato por ser “ficha
suja”, colocou a esposa no lugar, elegendo-a por obra de sua popularidade.
Fantoche
Dá
pena de Dona Lourdes, uma mulher suave, que vem sendo motivo de piada na cidade
quando todos dizem que o prefeito é seu marido, um homem violento, que faz dela
marionete, fantoche de suas fantasias megalomaníacas.
Violência
Ano
passado Jurandir protagonizou algumas cenas que não serão esquecidas pela
comunidade local. Uma delas foi a perseguição que empreendeu pela cidade, atrás
do diretor da única emissora da cidade, uma FM comunitária, tudo porque ele
criticou a administração em um programa da rádio. Outro caso antológico foi sua
intervenção durante um programa jornalístico da emissora. Ele ligou para a rádio
e, sem saber que estava ao vivo, desandou a proferir palavrões, acusações,
atingindo até familiares dos radialistas.
Derrame 1
Numa
dessas investidas contra desafetos, por conta de seu desequilíbrio emocional,
Jurandir Yamagami teve uma crise de hipertensão que resultou num derrame
cerebral, com sequelas físicas, pois ele teve comprometimento dos movimentos do
lado direito do corpo.
Derrame 2
Para
o médico Auro Pereira, a última vítima do ex-prefeito, Jurandir corre sério
risco sofrer novo AVC pelo descontrole emocional que vem demonstrando. “Do
jeito que ele chegou AO hospital, gritando, com rosto congestionado, fica
evidente que ele está pondo em risco a própria vida. Pode ocorrer outro AVC”,
alertou, referindo à agressão que sofreu por parte do ex-prefeito.
Abandono
Prefiro
não avaliar a administração de Dona Lourdes. Atenho-me apenas ao que está
ocorrendo na saúde. Como explicar um município próspero como Abatiá, ter um
pronto socorro interditado porque nos últimos anos nunca passou por obras de
manutenção para torná-lo capaz de oferecer atendimento de qualidade à
população? Quem procura pronto socorro é, via de regra, gente pobre, que busca socorro
na única fonte de esperança de ver um ente querido livre de suas dores. A
unidade é o que se pode definir como um lixo, com infiltrações, mofo, entre
outras mazelas fruto do abandono.
E a Santa Casa?
Estive
na Santa Casa, cujo prédio é anexo ao Pronto Socorro. Depois de muitos anos, a
unidade hospitalar começou a respirar esperança. Algumas obras de melhorias,
instalação de sistema de ar condicionado, readequações na estrutura, começaram
a acontecer graças aos médicos que assumiram o atendimento ambulatorial. Mas a
esperança termina com a ação da prefeitura, que rescindiu o contrato com a
empresa dos profissionais médicos.
Testemunho
Todos
os funcionários com quem conversei, elogiam os médicos que há três meses vinham
transformando o hospital, mas reclamaram da prefeitura e da direção da Santa
Casa. Até sexta-feira da semana passada eles ainda não haviam recebido o 13º salário.
Cadê o gerador?
O
médico Auro Pereira faz outras revelações que prometem dar o que falar. Ele
disse que vai levar ao Ministério Público Federal (MPF) um pedido de
investigação para apurar o destino dado a uma verba de R$ 80 mil, do governo
federal, para aquisição de um novo gerador para a Santa Casa de Abatiá. Ele
conta que esse dinheiro consta no Portal da Transparência da União como tendo
sido liberado ao Município, mas no hospital o único gerador utilizado é um
pequeno, adquirido há muitos anos. Além disso ele quer saber como o hospital
está gastando os repasses do SUS, que declara no mesmo portal R$ 25 mil
mensais, mas consta que a verba aplicada é de R$ 16.200.
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